domingo, 2 de dezembro de 2012

Curiosidade: ORIGEM DE REYKJAVÍK



ORIGEM DE REYKJAVÍK

Há alguns meses, nos meus “estudos” costumeiros sobre os povos escandinavos e tal, me deparei com a narração da descoberta e povoamento de Reykjavík, capital da Islândia, e quis compartilhar com vocês aqui.


Aí você pensa: "Reyk o quê??" ou: "Onde diabos fica a Islândia??"


Ok, vamos lá...

A Islândia é um país nórdico insular europeu, situado no Oceano Atlântico Norte. Seu território abrange a ilha homônima e algumas pequenas ilhas no Oceano Atlântico, entre a Europa continental e a Groenlândia. O país conta com uma população de cerca de 331.000 habitantes e uma área de 103.000 km².




  Museu em Skogar
                                                                  


Essa água quente deve ser uma maravilha, hehe... 
                                                 

Mulher Islandesa
                                                                   
 
Terra dos Puffins
  


Sua capital e maior cidade é Reykjavík, cuja área metropolitana abriga cerca de dois terços da população nacional. Localizada na Dorsal Meso-Atlântica, a Islândia é muito ativa vulcânica e geologicamente, o que define sua paisagem. O interior é constituído principalmente por um planalto caracterizado por campos de areia, montanhas e geleiras, enquanto vários grandes rios glaciais correm para o mar através das planícies. Aquecida pela Corrente do Golfo, a Islândia tem um clima temperado em relação à sua latitude e oferece um ambiente habitável. - Wikipédia

Reykjavik
                                                                          



Mera semelhança? hehe Acima, Igreja de Hallgrimskirkja, com estátua de Leif Eriksson à frente. Abaixo, imagem de Asgard, do filme "Thor"!




Prontos?? Ok, então...


Há muuuuito tempo atrás, Ingólfr Arnarson e Leif Hrodmarsson navegaram mais de 700 milhas pelo Atlântico Norte em busca de uma terra de gelo e lava, e com vida em abundância. Cerca de dez anos atrás, por volta do ano 860, um norueguês chamado Naddod e um sueco conhecido como Gardar, em ocasiões diferentes, foram empurrados para aquela costa por tempestades que açoitaram seus barcos.


 Poucos anos depois do fortuito descobrimento, outro aventureiro norueguês chegou àquelas bandas; ficou conhecido como Corvo-Flóki (em português. Seu nome, no original: Hrafna-Flóki Vilgerðarson), pois levara esses pássaros a bordo para que o ajudassem a localizar terra firme (é, isso mesmo, tipo Noé...).

Com sua família e alguns companheiros, foi surpreendido por um gélido inverno, uma experiência tão extrema que o levou a batizar a ilha como Ísland, do nórdico antigo "Ilha do Gelo" (Hoje Iceland, ou Islândia, aqui pra nós). - Daí a origem do nome ;)

Quando por fim o verão chegou, zarpou dali com pressa e completamente desapontado. Apesar do ocorrido, um de seus homens exaltou a Islândia como uma terra prometida onde "cada fiapo de grama vertia manteiga"

Ao contrário de Flóki, Ingólfr e Leif se prepararam com cuidado antes de levarem suas famílias para aquela ilha gelada. Conforme consta de uma das sagas islandesas, esta chamada de "Livro da Colonização", a primeira viagem à ilha foi uma missão de reconhecimento para comprovar se o local era realmente habitável.

Construíram um abrigo e ficaram lá por todo o inverno, descobrindo aliviados que, apesar do vento fortíssimo e da neve que cobria tudo, em certos momentos o tempo clareava, graças às correntes oceânicas quentes. À medida que a primavera avançava, vales e colinas eram tingidos de verde e a perspectiva de colonizar a ilha se tornava tão clara quanto as auroras boreais que iluminavam o firmamento noturno.



Decididos, os irmãos retornaram para a Noruega (seu país de origem). Ingólfr começou os preparativos para emigrar com a família, enquanto Leif zarpou para a Irlanda atrás de um butim que lhe permitisse começar bem a nova vida. Entre os objetos que saqueou, estava a enorme espada que utilizou nas suas expedições de pilhagem, e que motivou a alcunha de Hjorleif, literalmente "Leif, o da espada". Também trouxe consigo dez escravos irlandeses, mas veremos adiante que eles, como todo o butim, só atraíram desgraças.

Certa vez, retornando à Noruega, os meio-rmãos (com suas mulheres, parentes, escravos e um grupo de homens livres da vizinhança) lançaram-se ao mar em dois barcos: um deles, capitaneado por Ingólfr, seguia repleto de utensílios domésticos e gado, enquanto o outro carregava o produto das pilhagens na Irlanda.


 Hjorleif, confiante da própria força, não quis oferecer nenhum sacrifício aos deuses antes de soltar as amarras. Já Ingólfr, devoto, fez suas oferendas a Thor e levou a bordo as colunas sagradas da cadeira alta em que se sentava em casa, entalhada com imagens dos deuses.




 
Ao se aproximarem da costa sudeste da Islândia, Ingólfr lançou ao mar as colunas e prometeu que, onde os deuses as cuspissem de volta, lá se estabeleceriam.

Em seguida, os barcos se separaram.. Ingólfr desembarcou e saiu em busca das colunas, enquanto Hjorleif deixou que o vento o levasse até o oeste.  O suprimento de água a bordo acabou, mas a tripulação foi salva por uma chuva forte, que recolheram usando a vela. Finalmente Hjorleif desembarcou perto da ponta meridional da Islândia, longe do local onde Ingólfr havia fundeado seu barco. Os registros contam que Hjorleif se instalou confortavelmente, com sua tripulação, em duas casas comunais de mais de 30 metros de comprimento, onde passaram o inverno.
  
By: Casper Art

Logo que o tempo começou a melhorar, Hjorleif se dispôs a arar a terra; no entanto, havia apenas um boi entre os bens saqueados na Irlanda. Sem pensar duas vezes, emparelhou os escravos no arado junto com o boi. Os irlandeses eram homens orgulhosos, e consideraram indigno serem equiparados a animais de carga. Então, urdiram um plano: mataram o boi e disseram a Hjorleif que um urso fora o responsável pela carnificina, na esperança de que o norueguês  sairia à caça do animal para evitar novos ataques. Hjorleif não estava na ilha tempo suficiente para saber que os animais que habitavam a Islândia eram ursos polares, vistos de vez em quando sobre blocos de gelo à deriva nas àguas da costa setentrional.

Hjorleif e alguns homens saíram à caça daquela besta fantasmagórica, separando-se para percorrer um território maior. Imediatamente os caçadores se tornaram presas. Os escravos, extremamente raivosos pelo modo como haviam sido tratados, seguiram seus rastros e os mataram, um a um. Em seguida, fugiram para uma pequena ilha diante da costa, levando consigo Helga e as demais mulheres do assentamento. 

By: Casper Art


Os crimes não tardaram a ser descobertos. Pouco tempo depois, os companheiros de Ingólfr, ainda engajados na busca das fugidias colunas, encontraram o cadáver de Hjorleif e perceberam o que havia acontecido. "Ser assassinado por escravos é um triste fim para um homem de valor", lamentou seu meio-irmão, acreditando que Hjorleif havia sofrido um castigo por ter sido pouco devoto. "Este é o destino", concluiu, "daqueles que não estão dispostos a oferecer sacrifícios". Depois de enterrar as vítimas, Ingólfr foi ao encalço dos assassinos e conseguiu surpreendê-los enquanto se embriagavam. Matou alguns ali mesmo; os outros fugiram apavorados e morreram ao despencar de um penhasco. Ingólfr resgatou as mulheres, a quem ofereceu proteção, e continuou a busca pelas colunas sagradas.



By: Casper Art


By: Casper Art


Após algum tempo, dois de seus escravos, chamados Vifil e Karli, encontraram os pilares em uma enseada isolada, a oeste. Ingólfr cumpriu o prometido e se estabeleceu naquele local, que não se parecia  em nada com uma escolha dos deuses. As crateras vulcânicas dominavam, ameaçadoras, uma desolada planície vulcânica. Às vezes, uma espessa neblina avançava desde o mar até misturar-se com o vapor dos gêiseres e das mananciais  sulfurosos.  



Ingólfr batizou o lugar como Reykjavík, ou Baía Fumegante, que se tornaria a capital da Islândia.

Nem todos ficaram satisfeitos com o que os deuses lhes haviam proporcionado. "Atravessamos tantas terras promissoras para chegar a um lugar ruim", queixou-se o escravo Karli, que logo fugiu acompanhado por uma mulher, também escrava. 

No entanto, a maioria aceitou a decisão do chefe e permaneceram junto a ele. Um dos que ficaram foi o escravo Vifil, cuja atitude leal foi recompensada com a liberdade. Vifil, segundo a crônica, assentou-se em uma chácara e "viveu por muitos anos, durante os quais foi respeitado e estimado como um homem de bem".

Da persistência e dedicação de homens como Ingólfr e Vifil surgiu uma colônia unida por um profundo respeito às leis e à tradição, embora na sociedade islandesa também estivesse arraigado o espírito desafiador de pessoas como Karli e Hjorleif, incapazes de suportar qualquer restrição e dispostos a seguir seu próprio caminho, mesmo que arriscado. Ali, como em todo o mundo viking, tal atitude rebelde teve consequências negativas ao espalhar a discórdia, mas também propiciou as impressionantes expedições que conduziram os foragidos e aventureiros noruegueses até a Groenlândia e o litoral do Novo Mundo.



Ingólfr mandando assentar as colunas sagradas de sua cadeira alta. Pintura de Johan Peter Raadsig.

Estátua de Ingólfr Arnarson em Reykjavik


E é isso! 
Até a próxima...
HAIL THOR!!!
By: Casper Art


* Maior parte do texto retirado do volume "Escandinávia - Terra de Guerreiros e Navegantes" da coleção "Grandes Civilizações do Passado" 

Nenhum comentário: