sábado, 14 de junho de 2008

Em busca de Deus (parte 2)





Primeiro, veio a ciência. E por mais incrível que pareça, foi por causa dela que tudo começou. Pelo menos pra mim... Como já disse, o corpo tem tantos detalhes e é tão perfeito, que é complicado acreditar que foi tudo por acaso. Mas não é hoje que vou entrar nesse aspecto.

Quando eu vi que o sr.Fábio tinha comunidades relacionadas a pastores, pensei : ‘ferrou.vai ficar me enchendo o saco e de quebra vai querer me mandar pra fogueira’. Rs Ok, pensamento preconceituoso, mas a gente sempre tem aquela idéia de crente, caminhando com a bíblia debaixo do braço e querendo te converter ou tirar o demônio do seu corpo o tempo todo. Sou um tanto agradecida pelo Fábio não ser um deles! Rs De quebra encontrei uma pessoa pra conversar com uma visão um pouco diferente da minha e abriu meu olho pra preconceitos que eu tinha e nem me dava conta.

Religião deveria ser uma coisa pra aproximar as pessoas e o que a gente vê é o contrário. O problema é a falta de conhecimento sobre cada uma, a não-aceitação das diferenças entre as pessoas e distorção aos ensinamentos iniciais promovidas por alguns adeptos. Seria um tanto melhor focar no que cada religião tem de bom, do que esquecer completamente esse lado e exaltar seus problemas.

Só fui batizada, nunca fiz crisma, primeira comunhão e missa sempre me deu sono (das 3 que eu já devo ter participado rs). Admito que achava aula de ensino religioso a coisa mais chata Nunca li a bíblica e nunca tive paciência pra isso. Talvez o problema foi por causa das aulas de história. A igreja fez tanta coisa ruim que eu me recusava a levar a sério.

O primeiro contato com um lado mais espiritual foi através do filme ‘o pequeno buda’. Budismo começou a me fascinar. E mesmo não entrando de cabeça nisso, sempre vou ter muita admiração. Foi aí que eu entendi a idéia de equilíbrio... Também li alguns poucos livros de espiritismo, e mesmo não concordando com tudo , também admiro muita coisa dentro dela. Aí, quando eu vi, passava o dia procurando sobre wicca e paganismo. Na época tinha virado febre, na escola havia pentagramas pra todo lado. Hoje vejo que pra mim não foi tão passageiro. Mesmo não praticando e hoje não pesquisando muito sobre o assunto, é com as músicas ligadas a religião da deusa que eu me arrepio (literalmente), que me sinto bem, que quase entro em transe e me sinto ligada com tudo.

E esse é o ponto. Ligação com o todo. O paganismo dá tanta importância à natureza quanto aos homens. Não há um enfoque tão grande no homem como ser superior, há uma preocupação com o todo, como eu nunca vi em outra religião. Talvez aquela coisa de o homem ter sido feito a imagem de deus tenha levantado nosso ego mais do que o necessário. E aí entra Nárnia e o leão aí de cima. Nárnia e a cooperação entre todos os seres e a idéia de que todos são importantes.

*morg, querendo abraçar leões, viver com animais falantes e ver árvores dançando*

Cristianismo sempre me pareceu muito severo. Paganismo tem um grande lado feminino, mais afetuoso, delicado, sei lá... Ao mesmo tempo que não exclui o lado masculino, dá a devida importância ao feminino, que eu nunca consegui enxergar no cristianismo, que coloca as mulheres sempre em segundo plano, principalmente o catolicismo.

Não sou neo-pagã, não sou cristã, mas tb não estou ligada ao ateísmo. A verdade que é eu gostaria muito que existisse algo além do físico, mas desde que me entendo por gente, tenho duvidas de que exista. Ninguém consegue provar que não existe, mas tb não há provas concretas de que existe. Acho que sou agnóstica heheh. Mas duvidar não é a mesma coisa de não acreditar muito menos de não querer. E se Ele (ou Ela rss) existir, conhece minhas razões pra pensar assim e não acho que são condenáveis.

Mas não é por pender pro lado do paganismo e por ter dúvidas que vou falar que tal religião não merece respeito, que meu deus é o deus verdadeiro e o outro não existe. Cada um que acredite no que quiser, contando que o mal não seja feito ( e o bem praticado). Pra mim o que mais conta é o que vc faz pra vc e pras outras pessoas. O resto, acredito que possa ser perdoado. Se tiver mesmo alguém pra perdoar. ; )

7 comentários:

Larissa Andrioli disse...

Nós já conversamos sobre isso por carta, né? Há muuuito tempo. Bom. Nós sempre fomos parecidas isso também. Eu fui batizada, mas me tornei espírita antes de crismar. Estou no espiritismo desde os 10 anos e me sinto bem. Ainda existe muita coisa que eu não concordo, mas é uma religião que em geral me faz bem e me empurra pra frente. Do final do ano passado até o início desse ano eu tinha me afastado pra valer do centro que freqüento. Até que voltei do nada, e venho me sentindo muito bem desde então. Eu sempre tive "problemas mediúnicos". Certo, isso é um eufemismo pra "eu vejo coisas". rs Sempre vi, desde pequena, e há um tempo começou a ficar muito freqüente e o espiritismo me salvou. Sou muito grata por isso, então acho que por mais que eu me decepcione de vez em quando, não consigo largar de vez, tenho um carinho especial por tudo aquilo. Isso não quer dizer que acredite em tudo; pelo contrário, sou extremamente cética em alguns pontos, e discordo de muita coisa, principalmente da interpretação do homossexualismo. Mas gosto do geral. E tem me feito muito bem.
Há uns 2 anos comecei a pesquisar essa coisa de paganismo, e cheguei até ao satanismo. E não gostei. Principalmente do Satanismo, que divulga uma idéia parecida com a de alguns góticos, de que você nasce satanista. Isso é determinismo! E eu não suporto determinismo, pra quê nascer se não posso fazer nada diferente na vida? Já o paganismo não tenho nada contra, só não me identifiquei mesmo. Quanto às várias vertentes evangélicas, eu não posso falar porque nunca tive contato. Não falo mal de evangélicos, respeito; um casamento da Batista que eu fui foi a coisa mais linda do mundo. Eu tinha muita repulsa ao catolicismo, acho que coisa de adolescente. Agora que amadureci vejo muita coisa boa lá. Claro que ainda precisa mudar muito, mas existem coisas legais lá, como em qualquer religião.
No final, o que importa é que cada um seja feliz e faça os outros felizes (claro que o conceito de felicidade é muito subjetivo rs), e claro, respeitar os outros incondicionalmente.

Larissa Andrioli disse...

*fuçando nas comunidades do Fábio*
Ele é vascaíno, Morgue! \o/

Unknown disse...

"*fuçando nas comunidades do Fábio*
Ele é vascaíno, Morgue! \o/"

hehehehe...

Eliel Vieira disse...

Interessante a auto-analise. Gosto de ler as auto-analises das pessoas, muitas vezes explirem características semelhantes a de nós mesmos, as mesmas dúvidas, etc. Enfim, acredito nunca ter passado pela "busca" de Deus, nasci cristão, mas isso nunca me impediu de "escafunchar" na Física, na Filosofia, na Psicologia e na Antropologia sobre os famosos argumentos contra a existência de Deus. Sempre me assustou a idéia de crer em uma mentira.

Li recentemente "Deus, um Delírio" de Richard Dawkins e acho que o título mais apropriado seria "Dawkins, delirando". O Filosofo Alvin Platinga comentou que as argumentações de Dawkins se comparam ao de um aluno cursando segundo semestre de Filosofia. Na verdade, percebi em Dawkins uma pessoa que não acredita em Deus e odeia Deus por isso.

O citado livro "As Crônicas de Narnia" foram escritas por C. S. Lewis que era um ateu fervoroso, convertendo-se posteriormente à fé cristã.

Longe de mim querer impor que o cristianismo seja ou deixe de ser algo. Mas considero-o a mais coerente das cosmovisões teístas.

Sugiro dois livros:

- A Linguagem de Deus (Francis Collins)
- Cristianismo Puro e Simples (C. S. Lewis)

Abraços

Eliel Vieira disse...

Obrigado por comentar. Sou amigo do Glauber sim ^^ agente troca textos uns cons os outros, eu aprendo com ele e ele comigo (mais eu aprendendo com ele rs).

C. S. Lewis era ateu sim e (oha que interessante) quem mais influenciou ele a converter à fé cristã foi Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, ele dizia a Lewis que as histórias da Bíblia eram tão boas quanto as histórias nórdicas e mitológicas que Lewis amava. Tolkien era católico, Lewis era ateu, eles participavam de um clube de amigos que se reuniam semanalmente para trocar idéias sobre o que eles estavam escrevendo. Lewis foi a segunda pessoa a ler a obre "O Senhor dos Anéis", tinham uma amizade muito forte.

Mas "Cristianismo Puro e Simples" é uma obra maravilhosa, a capacidade de Lewis de criar exemplos para explicar coisas complicadas e como essas coisas complicadas ficam simples de entender após os exemplos de Lewis, é fantástico. Aqui no Brasil esse livro foi lançado pela Editora Martins Fontes.

Abçs

Glauber Ataide disse...

A dúvida é boa, e os filósofos que o digam. Para eles, a dúvida é uma amiga, já que a têm sempre ao seu lado.

Não conheço muito de paganismo, apenas suas premissas filosóficas fundamentais, como o panteísmo, por exemplo.

Quanto ao Satanismo, já estudei um pouco mais, e em meu pequeno acervo consta uma edição importada da Bíblia Satânica, do LaVey.

Agora o Budismo é realmente muito bonito. Tenho um livro chamado "A doutrina de Buda", cuja autoria foi simbolicamente atribuída a Sidharta Gautama (o Buda). Achei maravilhoso.

Quanto ao Cristianismo, creio que temos uma visão bem distorcida sobre o que ele seja. A esse propósito, você já leu um texto em meu blog sobre Freud e a religião? O trabalho de Freud e da psicanálise nos ajuda a compreender as razões psíquicas de às vezes considermos o Cristianismo muito "severo".

Mas é isso aí, devemos continuar nessa busca por Deus, em nossa "teodicéia filosófica". E é muito interessante essa sua abordagem sincera através da Ciência. Na idade média, existia um conceito que dizia o seguinte: "Deus escreveu dois livros: a Bíblia e a Natureza". A idéia é que tanto a Bíblia quanto o estudo da Natureza (a Ciência) podem nos levar a reconhecer a Sua existência.

Glauber Ataide disse...

Oi Morgana, acho interessante este blog, talvez vc se interesse: http://pos-darwinista.blogspot.com/